segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Preparação para o Ingresso no Noviciado 2012


A formação a Vida Consagrada é um dos pontos central na proposta da Igreja, hoje somos Chamados a Iluminar, com a luz do Espírito, nossos Sentidos e Ações.

         1. A formação franciscana tem seu fundamento no encontro pessoal com o Senhor e inicia com o chamado de Deus e a decisão de cada um de seguir com São Francisco as pegadas de Cristo pobre e crucificado, como discípulo seu, sob a ação do Espírito Santo.

         2. A formação franciscana é um processo contínuo de crescimento e de conversão que compromete toda a vida da pessoa (cf. VC 65), chamada a desenvolver a própria dimensão humana, cristã e franciscana, vivendo radicalmente o santo Evangelho, em espírito de oração e devoção, em fraternidade e minoridade.
         3. O seguimento de Jesus Cristo, segundo a forma de São Francisco, leva os Franciscanos na providência de Deus, a comprometer-se com a Igreja vivendo o Carisma da Fraternidade de repetir o abraço de São Francisco de Assis no leproso de hoje e a pôr-se a serviço dos homens de nosso tempo, como mensageiro da reconciliação e da paz.
         4. A Ratio quer expor a “razão” – ou seja, o motivo, o fundamento, o princípio orientador e o sentido último – da vida e da formação de cada noviços, para dar unidade, coerência e gradualidade à ação formativa. Por isso, propõe-se identificar e compreender os conteúdos essenciais do carisma Franciscanos na providência de Deus, para que sejam encarnados com sempre maior autenticidade em nosso tempo.

Sendo assim o Noviciado é um tempo privilegiado, lugar de transição, momento novo na vida do vocacionado, é o primeiro passo concreto da vida Consagrada. Por isso a Santa Igreja pede para cada Instituto, que olhe e se dedique com carinho a esse processo tão belo formativo, na vida do individuo chamado. 








sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

800 anos da Vida de Santa Clara



2012: 800 ANOS DA VOCAÇÃO DE SANTA CLARA DE ASSIS

Frei Vitório Mazzuco Filho
Clara de Assis nasceu Chiara Ofreduccio Favarone, em 1194, da nobre família assisiense dos Ofreducci, rica, bela, fidalga e prometida como esposa para pretendente de estirpe semelhante que pudesse aumentar os bens de seu pai.
Em 1210, encontra-se com Francisco de Assis, jovem, louco e santo que revoluciona Assis com a vivência do Evangelho e com uma vida de total desapego, vivendo pobre entre os pobres. Em 1211 está nítida a conversão de Clara: aos 28 de março de 1212, no Domingo de Ramos, recebe das mãos do bispo um ramo e lê isto como um sinal da sua decisão e envio. Na madrugada do dia seguinte, foge da casa da família e vai encontrar-se com Francisco em Santa Maria dos Anjos.
É o que comemoramos, 1212-2012, a Vocação de Clara de Assis. São 800 anos! De jubileu em jubileu se evidencia a história encarnada de um carisma. Clara de Assis é a expressão mais cristalina de uma nobre mulher medieval: reclusa em seu palácio, rica de qualidades, rica de bens materiais, educada em bons costumes, foco de admiração pelas virtudes, não passa despercebida pela sua beleza, no aguardo de um bom dote para um bom casamento. Ela rompe com tudo isto para viver o Evangelho. Isto é convocação para existir no Amor Sagrado!
Havia em seu tempo mulheres que não eram valorizadas como ela, mas todas sonhavam o melhor. Clara projeta para a sua vida a perfeição cristã. Século após século não podemos nos furtar de retomar os modelos vivos de mulheres corajosas como Joana D’Arc, Catarina de Siena, Hildegard de Bingen, Brígida da Suécia, Ângela de Foligno, Tereza D’Ávila. Mulheres que, assim como Clara, nos mostram que uma coisa é inserir-se na vida das contemporâneas, outra coisa é trilhar a desafiante senda da perfeição.
Muitas destas mulheres traçaram um caminho: se não há felicidade na escolha afetiva do prometido esposo, por que não buscar o Amado que posso escolher na liberdade sagrada do coração? Se não há realização na preconceituosa sociedade de seu tempo, por que não buscar a Fraternidade? Mulheres audaciosas e fortes nos mostraram a sublimação da vida e não fracas escolhas. Não há revolta, mas sim um seguimento apaixonado. Não há um rompimento com a ilustre tradição familiar, porém a opção por abraçar uma família espiritual. Assim foi Clara de Assis. Mulher de sonhos e projetos, renunciou a suntuosos palácios e elegantes príncipes para refazer os passos de um Pobre de Assis que mostrou o caminho do Evangelho. Ela nasceu dentro de uma família de cavaleiros, buscadores de títulos de nobreza e patrimônio, aprendeu com eles a garra e a ousadia; mas direcionou esta força para uma fortaleza espiritual que venceu as dificuldades e provações da mais extrema renúncia e pobreza. Com Francisco ela ajudou, saindo de uma casa, a reconstruir outra casa: a da civilização cristã.
No silêncio orante do Mosteiro ouviu o Mestre dos mestres e ouviu Francisco. Criou uma linguagem própria e uma vocação original de amor e cuidado. Não deu só presença encantada no seguimento do Cristo Pobre; deu muito mais: sua riqueza pessoal, sua saúde, sua vida. Depois da morte de Francisco de Assis, por 27 anos, cuidou da herança que ele deixou e da qual ela também era cooperadora. Viveu 42 anos no Mosteiro de São Damião, junto com suas irmãs Clarissas, de um modo tão transparente que há oito séculos sua vida é inspiração em todos os cantos da história. Fez do seu Mosteiro um canteiro fecundo de novas sementes contemplativas de Irmãs, oração, penitência, silêncio, austeridade e acolhimento. Clara é um exemplo para o mundo mesmo escondida do mundo. Assim como Francisco tornou-se realidade e legenda.  “A lenda cristã, diz Barbara Brígida, não se preocupa com o lado humano só santo; mas só se interessa pelo ouro finíssimo da divindade que nele brilha”. Como diz Joaquim Capela, OFM: “Na verdade, Clara de Assis foi a glória do feminino. Veio ao mundo para embelezar e enriquecer com os tesouros da sua ternura e bondade (…). Como seu guia e pai, São Francisco, abriu à humanidade novos caminhos de paz e de ventura. A sua benigna sombra, tão humana e ao mesmo tempo tão espiritual, paira ainda hoje na doce terra da Úmbria, toda impregnada da lembrança dos mais santos mais simpáticos do século XIII e talvez de todos os tempos” ( in Santa Clara de Assis, Editorial Franciscana , Braga, 1983).
Que alegria celebrar um jubileu desta Santa tão brilhante que ilumina há séculos nosso mundo e nosso caminho. Santa Clara, rogai por nós!
Texto publicado no Almanaque Santo Antônio 2012, editado pela Vozes, pág. 140

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vem aí a Festa do Milho


Vem aí a Festa do Milho



Conhecida como a Festa que alimeta o Corpo e Alma, o evento acontece nos dias 11 e 18 de março de 2012, no Parque do Milho, em Jaci. Renda ajuda a manter 64 obras sociais

Redação
A solidariedade é o tempero principal da 23ª Festa do Milho Verde de Jaci, que acontece nos dias 11 e 18 de março no Parque do Milho, em Jaci. Um dos maiores eventos gastronômicos da região, a Festa do Milho é realizada pela Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, que administra 64 obras sociais nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso, além de manter uma missão em Porto Príncipe, capital do Haiti.
Cerca de 120 toneladas de milho verde serão transformadas em mais de 20 deliciosos quitutes doces e salgados. Serão produzidas 50 mil pamonhas, 20 mil potes de curau, 6 mil bolos, 25 mil coxinhas e 18 mil croquetes, entre outros. Há ainda venda de sucos, sorvetes e refeições completas : nhoque, macarrão, arroz carreteiro, costela no tacho e churrasco de boi, porco e carneiro – todos, é claro, acompanhados de milho. Não há venda de bebidas alcoólicas.
Além dos quitutes, há opções de lazer como passeios a cavalo, charrete, trenzinho, parque infantil, entre outros.
Novidades – A Festa do Milho de 2012 terá uma série de novidades. Para acolher melhor o público, três novos barracões foram construídos em uma área sombreada. Na culinária, as novidades são a nova barraca da polenta, que trará a iguaria em três versões: cozida, frita e assada. Outra novidade é o chipaguaçú, quitute preparado com milho cortado e batido no liquidificador com leite, e temperado com queijo em cubos e cebola frita.
Em homenagem à missão da Associação e Fraternidade em Porto Príncipe, a Festa ganha este ano uma barraca temática do Haiti. Haverá comidas típicas e exposição de fotos. Seis jovens haitianos, que se preparam para a vida religiosa na Fraternidade São Francisco de Assis, participarão da festa.
Programação Religiosa – Definida por Dom Paulo Mendes Peixoto como a Festa que alimenta o corpo e a alma, a Festa do Milho tem também uma extensa programação religiosa. São cinco horários de missa: 6h30 (geralmente para os voluntários); 9h30, 11h, 13h30 e 15h . Religiosos voluntários estarão à disposição para conversar e orientar fiéis na Pastoral da Escuta, e padres estarão disponíveis para confissão. Uma tenda de Adoração ao Santíssimo Sacramento também será montada na Festa, para que os visitantes que desejarem possam ter um momento pessoal de oração.
Além da programação religiosa da Festa, os visitantes podem ainda visitar o Mosteiro Mãe da Misericórdia, das Irmãs Clarissas, que fica dentro do Parque do Milho.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dia dos Consagrados


Homilia do Papa na celebração da Apresentação do Senhor




Basílica Vaticana, quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Caros irmãos e irmãs,

Na Festa de hoje contemplamos o Senhor  Jesus que Maria e José apresentaram ao templo “para oferecê-lo ao Senhor” (Lc 2,22). Nesta cena evangélica se revela o mistério do Filho da Virgem, o consagrado do Pai, vindo ao mundo para cumprir fielmente a Sua vontade (cfr Eb 10,5-7). Simeão o descreve como “luz para iluminar os povos” (Lc 2,32) e anuncia com palavra profética a sua oferta suprema a Deus e a sua vitória final (cfr Lc 2,32-35).

É o encontro dos dois Testamentos, Antigo e Novo. Jesus entra no antigo templo, Ele que é o novo templo de Deus: vem visitar o seu povo, realizando de forma obediente à Lei  e inaugurando os últimos tempos da salvação.

É interessante observar de perto este ingresso do Menino Jesus na solenidade do templo, um grande “vem e vai” de muitas pessoas, presos em seus empenhos: os sacerdotes e os levitas com suas túnicas de serviço, os inúmeros devotos e peregrinos, desejando encontrar-se com Deus santo de Israel. Nenhum deles porém se deu conta de nada. Jesus é um menino como os outros, filho primogênito de pais muito simples. 



Também os sacerdotes resultam incapazes de acolher os sinais da nova e particular presença do Messias e Salvador. Somente dois anciãos, Simeão e Ana, descobrem a grande novidade. Conduzidos pelo Espírito Santo, esses encontram naquele Menino o cumprimento de sua longa espera e anseio. Entram contemplando a luz de Deus, que vem a iluminar o mundo, e o olhar profético deles se abre ao futuro, como anuncio do Messias: “Lumen ad revelationem gentium!” (Lc 2,32).

Na relação à atitude profética dos dois anciãos profética está toda a Antiga Aliança que exprime a alegria do encontro com o Redentor. Ao avistarem o Menino, Simeão e Ana intuem que é Ele mesmo o Esperado.

A Apresentação de Jesus ao templo constitui um eloquente ícone da total doação da própria vida para homens e mulheres chamados a desempenhar na Igreja e no mundo, mediante os conselhos evangélicos, “os aspectos divinos de Jesus virgem, pobre e obediente” (Exort. Ap. Pós-Sinodal Vida Consagrada, 1).

Por isso, a Festa desta data foi escolhida pelo Venerável João Paulo II para celebrar o anual Dia da Vida Consagrada. Neste contexto, dirijo uma  grata e cordial saudação ao Cardeal João Braz de Aviz,  que há pouco foi nomeado Prefeito da Congregação Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e para as Sociedade de Vida Apostólica, com o Secretário e os colaboradores. Com afeto saúdo os Superiores Generais presentes e todas as pessoas consagradas. 



Gostaria de propor três breves pensamentos para a reflexão nesta Festa.

O primeiro: O ícone evangélico da Apresentação de Jesus ao templo contem o símbolo fundamental da luz; a luz que, partindo de Cristo, se irradia sobre Maria e José, sobre Simeão e Ana e, por meio deles, sobre todos. Os Pais da Igreja ligaram esta irradiação ao caminho espiritual. A vida consagrada exprime tal caminho, de modo especial, como “filocalia”, amor pela beleza divina, reflexo da bondade de Deus (cfr ibid., 19).

Sob o rosto de Cristo resplandece a luz de tal beleza. “A Igreja contempla o rosto transfigurado de Cristo, para confirmar-se na fé e não arriscar perder doante de seu vulto transfigurado sobre a Cruz... essa é a Esposa diante do Esposo, participa do seu mistério, cercada por sua luz, [da qual] são acrescentados todos os seus filhos... Mas uma experiência singular da luz que provém do Verbo encarnado fazem certamente os chamados a vida consagrada. A profissão dos conselhos evangélicos, de fato, os coloca como um sinal e profecia para a comunidade dos irmãos e para o mundo” (ibid., 15).

Em segundo lugar, o ícone evangélico manifesta a profecia, dom do Espírito Santo. Simeão e Ana, contemplando o Menino Jesus, vislumbram o seu destino de morte e de ressurreição para a salvação de todos os povos e anunciam tal mistério como salvação universal.

A vida consagrada é chamada a tal testemunho profético, ligada a sua dupla atitude contemplativa e ativa. Aos consagrados e às consagradas é pedido, de fato, a manifestação da supremacia de Deus, sua paixão pelo Evangelho praticado como forma de vida e anunciado aos pobres e aos últimos da terra.

“Na força de tal primazia, nada pode prevalecer sobre o amor pessoal por Cristo e pelos pobres no qual Ele vive. A verdadeira profecia nasce de Deus, da amizade com Ele, da escuta atenta da sua Palavra nas diversas circunstancias da história” (ibid., 84).

Neste modo a vida consagrada, no seu vivido cotidiano sobre a estrada da humanidade, manisfesta o Evangelho e o Reino já presente e operante.

Um terceiro ponto, o ícone evangélico da Apresentação de Jesus ao templo manifesta a sabedoria de Simeão e Ana, a sabedoria de uma vida dedicada totalmente à busca pelo vulto de Deus, dos seus sinais, da sua vontade; uma vida dedicada à escuta e ao anuncio da sua Palavra. “Faciem tuam, Domine, requiram": o teu vulto, Senhor, eu busco (Sal 26,8) … A vida consagrada é no mundo e na Igreja sinal visível desta busca pelo vulto do Senhor e dos caminhos que levam a Ele (cfr Gv 14,8) … A pessoa consagrada testemunha, portanto, o compromisso alegre e trabalhoso da busca assídua e sábia da vontade de divina” (cfr Cong. Para os Inst. de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, “O serviço da autoridade e obediência". Faciem tuam Domine requiram [2008], 1).

Caros irmãos e irmãs, sejam ouvintes assíduos da Palavra, porque cada sabedoria de vida nasce da Palavra do Senhor! Sejam contadores da Palavra, por meio da lectio divina, porque a vida consagrada “nasce do acolhimento da Palavra de Deus e acolhimento do Evangelho como sua norma de vida. Vivendo sob as pegadas de Jesus casto, pobre e obediente é de tal modo uma 'exigência' vivente da Palavra de Deus.

O Espírito Santo, força conduziu inscrição da Bíblia, é o mesmo que ilumina de forma nova as Palavras de Deus ais fundadores e fundadoras. Ele move cada carisma e regra expressa, dando origem a percursos de vida cristã marcados pela radicalidade evangélica” (Exort. ap. pós-sinonal Verbum Domini, 83).

Vivamos hoje, sobretudo nas sociedades mais desenvolvidas, uma condição muitas vezes marcadas por uma pluralidade, por uma progressiva marginalização da religião da esfera pública, por um relativismo que toca os valores fundamentais. Isso exige que o nosso testemunho cristão seja luminoso e coerente e que o nosso esforço educativo seja sempre mais atento e generoso.

A nossa ação apostólica, em particular, queridos irmãos e irmãs, torna-se empenho de vida que acende com perseverante paixão a sabedoria como verdade e como beleza, “esplendor da verdade”.  Saibam orientar, com a sabedoria da vossa vida e com confiança, as possibilidades inesgotáveis de uma verdadeira educação, inteligência e os corações dos homens e das mulheres do nosso tempo verso a “vida boa do Evangelho”.


Neste momento, o meu pensamento vai com especial afeto a todos os consagrados e consagradas de todas as partes da terra, e os confio a Beata Virgem Maria:

Oh Maria, Mãe da Igreja,
confio a ti toda a vida consagrada,
para que tu conceda a plenitude da luz divina:
viva na escuta da Palavra de Deus,
na humildade para seguir Jesus teu Filho e nosso Senhor,
no acolhimento da visita do Espírito Santo,
na alegria cotidiana do magnificat,
para que a Igreja seja edificada pela santidade de vida
desses seus filhos e filhas,
no mandamento do Amor. Amém.
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